A dependência química é uma doença do nosso cérebro que leva o usuário de drogas, álcool ou medicamentos controlados a ter comportamentos incontroláveis, mudando completamente de personalidade e se tornando incapaz de frear o consumo dessas substâncias, não importa as consequências que isso tenha em suas vidas. Entretanto, o problema do vício não se torna óbvio de um dia para o outro; normalmente, ele começa com usos ocasionais dessas substâncias que, para algumas pessoas pode não causar dependência, mas que, para outras, pode se tornar uma necessidade. Então, o que causa a dependência química?
O vício em drogas afeta diretamente as estruturas do cérebro e a forma com que os usuários experimentam sensações como as de prazer e de calma, através da alteração das químicas que ocorrem em nossos neurotransmissores. O uso das drogas leva à liberação de inúmeros impulsos nervosos de forma rápida, o que explica a sensação de euforia ou de letargia causada pelo uso dessas substâncias, a depender do seu princípio ativo. Entretanto, as substâncias são rapidamente absorvidas pelo organismo, o que leva o usuário a buscar nova ingestão delas para atingir o mesmo efeito. Ainda, o organismo humano vai se adaptando à quantidade de química, de forma que o usuário precisa de cada vez mais droga para atingir os efeitos desejados.
CENTRAL DE ATENDIMENTO
tratamento para dependente químico ou alcoólatra
Como qualquer outro problema mental e de saúde, inúmeros fatores podem determinar se uma pessoa é mais suscetível a se tornar um viciado ou não. A genética, por exemplo, é um deles, e influencia a forma com que seu corpo e seu cérebro processam a substância, o que pode acelerar ou retardar o processo do vício. O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos estima que a genética é responsável por cerca de 50% do risco de se tornar um dependente químico, estatística essa que pode ser aumentada a depender dos fatores motivacionais e circunstanciais da vida dessa pessoa.
O ambiente em que o viciado vive também é um grande fator de risco, já que influencia diretamente o seu comportamento. Uma pessoa que nasce em um meio em que não existe apoio social nem da família, que é cercada de usuários de drogas, que possui histórico de abusos ou negligência e cuja família tenha inúmeros problemas tem mais riscos de buscar refúgio nas drogas – e isso independe da classe social a que pertence. Ao crescerem, normalmente essas pessoas não desenvolvem habilidades para lidar com estresse e ansiedade, e desenvolvem comportamentos compulsivos, dentre os quais o uso de substâncias químicas.
Pessoas de qualquer sexo, idade, raça ou classe econômica podem se tornar viciadas em alguma droga, mas a incidência é maior quando elas possuem familiares que também têm esse problema – quanto mais próximos, mais altas as chances –, em pessoas com distúrbios psicológicos, como depressão ou problemas graves de ansiedade, hiperatividade, estresse pós-traumático, etc., em pessoas que tiveram traumas na infância, como histórico de abuso sexual ou violência doméstica, e o uso de substâncias altamente viciantes, como estimulantes estilo crack, que pode chegar a viciar desde o primeiro uso.