Como funciona a internação compulsória

Na grande maioria dos casos, quem possui algum problema de vício em drogas ou em outras substâncias químicas não reconhece que possui um problema, e, mesmo que até saiba que ele existe, não tem a mínima intenção em buscar ajuda profissional para reverter esse quadro. Entretanto, sabe-se que, sozinho, as chances de um drogado abandonar o vício são praticamente nulas. O tratamento assistido por profissionais qualificados ainda é o melhor caminho para isso, em especial se pensarmos a longo prazo. Por isso, muitas pessoas que conhecem alguém nessa situação têm dúvidas sobre como funciona a internação compulsória, e em que casos ela é indicada.

Se esse é o seu caso, você sabe como pode ser difícil convencer algum drogado a buscar o tratamento adequado. Você pode já ter tentado conversar com essa pessoa, demonstrado a ela toda a sua preocupação, debatido a situação com toda a família e ainda assim se achar em um beco sem saída. Na realidade, convencer um viciado a buscar tratamento é extremamente difícil se ele próprio ainda não reconheceu a existência do problema. Nessas situações, pode ser que seja o caso de enviá-lo a tratamento sem o seu consentimento.

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O problema nesses casos é que existe muita falta de informação. Há quem diga que, para menores de 18 anos ou para pessoas que detêm a guarda ou a curatela de alguém, o caminho seria muito mais fácil, pois a lei não exige o consentimento da pessoa. Por isso, muitas vezes os familiares buscam ajuda de advogados para conseguir autorização do juiz para que essa internação compulsória aconteça. Acontece que existe uma lei no Brasil que autoriza que esse tipo de internação ocorra através de um simples pedido do familiar na unidade de internação, a ser chancelado pelo médico responsável.

Quando realizada por uma equipe profissional habilitada, a internação é feita com o máximo de humanidade possível, resguardando-se todos os direitos do paciente, sem que pareça que ele está sendo submetido a algum tipo de castigo ou de prisão. Equipes de resgate especialmente preparadas para isso são enviadas a qualquer localidade em que o viciado esteja, e farão sua remoção para o centro de recuperação da forma mais profissional e discreta possível. Ali, ele será orientado por toda uma equipe, passará pelo processo de detoxificação e, quando estiver pensando de forma clara, todas as oportunidades e benefícios de sua estadia ali lhe serão apresentados, para que ele conscientemente possa escolher ficar ali ou não.

Se você considerar essa opção, tenha a certeza de que, em um primeiro momento, você tentou conversar com o viciado. Se ele estiver disposto a falar sobre o assunto e a reconhecer o problema, talvez não seja necessário adotar uma medida tão drástica. Tente primeiro outras opções, como aconselhamento psicológico, para te ajudar se necessário. Do contrário, esteja disposto a assumir o papel de bandido, pois é bastante comum que o paciente que foi internado involuntariamente se volte contra você, pelo menos no início do tratamento. A internação compulsória definitivamente é uma medida importante a ser tomada, mas sempre deve ser a última opção a ser considerada.

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