Muitas pessoas não conseguem entender por que ou como outras se tornam dependentes de substâncias químicas. Algumas delas até erroneamente pensam que um viciado é alguém que não tem educação ou força de vontade e que poderiam deixar de fazer uso de qualquer droga a qualquer momento, se quisessem. No entanto, esse quadro não podia estar mais longe da realidade. Fato é que ser um dependente químico, na verdade, é estar doente, e a recuperação exige muito mais que boa vontade ou determinação.
O vício é uma doença crônica que se caracteriza pela busca compulsiva de substâncias químicas para uso desenfreado, sem que o viciado consiga ter controle sobre isso, mesmo que ele saiba que o vício está destruindo sua vida social, familiar e financeira. Claro que a decisão de ingressar no mundo das drogas é voluntária, mas o vício acontece normalmente de forma silenciosa e, quando a pessoa percebe, ela já não tem mais autocontrole e não consegue mais resistir aos impulsos de ingerir a substância.
CENTRAL DE ATENDIMENTO
tratamento para dependente químico ou alcoólatra
A imensa maioria das drogas afeta o sistema de recompensas do nosso cérebro. Em seu funcionamento normal, uma pessoa deve repetir determinado tipo de comportamento para que se sinta recompensada. Pense em todas as vezes que você comeu uma barra de chocolate porque merecia, ou ficou de pernas pro ar no final de semana porque teve dias turbulentos no trabalho, e a satisfação que isso te trouxe. Um dependente químico precisa usar a droga na qual se viciou para obter os mesmos efeitos, porque o cérebro “desliga” o funcionamento normal desse sistema, e a sensação de prazer só é atingida pelo uso da substância.
Conforme o uso da droga vai se prolongando no tempo, o cérebro vai se adaptando à quantidade de droga ingerida, e vai exigindo cada vez mais da substância para atingir os mesmos efeitos, o que começa a afetar outros circuitos cerebrais, como o aprendizado, a tomada de decisões, o raciocínio, o comportamento e até a forma como se lida com o estresse. O viciado começa a ter problemas com a família, se isola de seus círculos sociais e vê o rendimento no trabalho ou nos estudos despencar. Alguns chegam a perder o trabalho e gastar todo o seu dinheiro para manter o vício. Outros caem no mundo do crime para conseguir sustentar a necessidade de aquisição cada vez mais frequente da substância.
Uma notícia ruim é que, como qualquer outra doença crônica, tal qual a diabetes ou a asma, a dependência química não possui uma cura propriamente dita. No entanto, há uma boa notícia: os efeitos da dependência podem ser tratados e a compulsão pelo uso pode ser controlada pelo viciado desde que ele se submeta ao tratamento correto. O risco de recaídas existirá pelo resto de suas vidas, mas com as ferramentas certas fica muito mais fácil de controlá-lo. A submissão ao tratamento correto, como a terapia cognitivo-comportamental, largamente utilizada para os casos de vício, faz com que o usuário de drogas entenda os motivos pelos quais é levado ao uso dessas substâncias, e aprenda a controlar esses impulsos, o que não leva à cura, mas devolve o poder de controle sobre sua vida.